A arte de fabricar instrumentos de corte é a cutelaria, um ofício que conquistou adeptos através da história no mundo todo. Essa paixão pelas facas vem desde séculos atrás e se tornou uma profissão que exige talento e habilidade.
A arte da cutelaria traz desde o seu nome um pouco de história. A palavra cutelo vem do latim “cultellu”, que tem o significado de faquinha, mas tornou-se um sinônimo para todo e qualquer instrumento de corte, desde as menores até as facas largas para cortes de carne.
A cutelaria de facas faz parte da história da humanidade e não seria possível imaginar o desenvolvimento da espécie humana e sua consequente sobrevivência sem as facas, sem as pontas das lanças de madeira, sem os instrumentos para cortar couro para as roupas e sem as armas para a defesa das aglomerações humanas no passado.
O mercado de cutelaria brasileiro, a exemplo do que ocorre em outros países, tem crescido ano a ano, tanto em número de especialistas em facas artesanais, que estão sempre buscando aperfeiçoar seu trabalho, como no número de consumidores, fazendo seu uso diário a cozinha, nos churrascos de fins de semana, nos esportes ou até mesmo por colecionadores e apreciadores do ofício.
No caso de colecionadores é interessante observar o aumento do nível de exigência dos consumidores, tornando a cutelaria artesanal uma arte que produz peças cada vez mais elaboradas.
As facas atualmente são classificadas em utilitária e esportivas, mas ainda podemos observar que existem diversos outros tipos, como facas de arremesso, facas decorativas, facas de caça, facas de cozinha, facas de botas, facas militares, facas de sobrevivência e até mesmo os insubstituíveis canivetes, que não passam de facas pequenas.
Uma arte milenar na cutelaria
A cutelaria artesanal é um ramo da cutelaria que se pratica através do esforço e da habilidade artística manual, sem fazer uso excessivo de máquinas operatrizes, não havendo produção em larga escala.
No Brasil, temos diversos cuteleiros artesanais, que produzem material de excelente qualidade, sendo profissionais reconhecidos internacionalmente. Exemplos desses profissionais são Rodrigo Sfreddo, detentor do título de Master Smith em 2009 pela American Bladesmith Society, trazendo o primeiro prêmio da América Latina. E Gladiston e Gladisson Zakharov irmãos gêmeos que fundaram junto com suas irmãs e seu pai Carlos Zakharov, a Arkhip Facas Especiais em 1993.
Na arte da cutelaria, como em outros tipos de arte, a produção artesanal, quando em quantidade diminuta, detém um status de artigo único, de luxo. A cutelaria apresenta uma tendência ao trabalho artesanal por parte da maioria dos cuteleiros nacionais, uma tendência onde o uso de maquinários é considerado como mau gosto.
Para a cutelaria artesanal, a máquina não apresenta a qualidade e o esmero com que o artesão se dedica à sua fabricação.
Na cutelaria como manufatura artesanal, o artesão utiliza uma série de ações sequenciais para confeccionar cada lâmina, podendo haver vários artesãos, cada qual com sua especialidade, como cutelaria militar, por exemplo, criando espadas e adagas que, invariavelmente, irão atender colecionadores.
A cutelaria industrial, por sua vez, é feita em larga escala de produção, aplicando métodos e máquinas com automação e produção seriada, atendendo as mais diversas utilidades práticas de facas para as mais diferentes situações.
O Brasil é um país com grandes marcas de cutelaria, dentre os quais se destaca a Arkhip Facas Especiais, que se diferenciam por oferecer facas de culinária, facas esportivas e militares, facas orientais, facões, facas para churrasco com dimensões, espessuras e singularidades especificas para cada tipo de preparo de alimento, produzidas artesanalmente com técnica, habilidade e domínio adquiridos com seus antepassados, desde 1993 pelos irmãos Zakharov.